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terça-feira, 22 de abril de 2014

INFORMALIDADE

Lá pelo meio do século passado
os vendedores ambulantes
anunciavam na Rua da Praia:
vendo Óleo de Peixe Boi,
Extrato do Ipê da Amazônia,
pomada milagrosa tira dor,
bilhete da Loteria estadual,
assinatura da Revista Cruzeiro
e manual de como enriquecer sem fazer força...
Naquela época, na praça XV,
em torno do Mercado Público,
havia o tradicional Lambe-lambe,
o retrato em preto e branco,
três por quatro, tirado na hora
- fotos para o primeiro emprego...
As novas tecnologias varreram
hábitos e costumes antigos,
mas os ambulantes ainda estão
no Centro Histórico e agora apregoam
outros produtos:
temos  o comprimido azul importado do Paraguai,
vendemos óculos de grau por cinquenta reais,
fornecemos recibos de contra cheques
assinalados no valor que o freguês desejar
e atestados médicos de 14 dias...

10 comentários:

  1. rss, é verdade, cada época oferecem o que o povo quer!!
    Postagem criativa, dentro da mais verdadeira realidade. Estamos descendo a rampa da moralidade.
    Abraços!

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    1. Amiga Tais, obrigado pelo comentário. Um abração. Tenhas um bom dia.

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    1. Ricardo, obrigado pela visita. Um abraço daqui do sul do Brasil. Tenhas um bom dia.

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  3. Novos tempos

    Em tempos não tão longes assim
    Uma vida mais simples nos acudia
    Não que fosse pior ou menos ruim
    Mas parece que tinha mais poesia.

    Encarar olho no olho sem agressão
    Jogar conversa fora num botequim
    Andar sem pressa, evitar confusão
    E relações eram o meio, não o fim.

    Agora nestes tempos apressados
    De nada adianta gastar seu latim
    Ninguém liga, estão estressados.

    Desapareceu humanidade enfim
    Dos que caminham ao nosso lado
    E tudo se resume a um olá chinfrim.

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    1. Amigo poeta Jair, obrigado pela réplica poética de alto nível, aliás, como sempre.
      Um abração. Tenhas um bom dia.

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  4. Meu caro poeta Dilmar, frequentar teu blog é um sempre aprender, rememorar, entender a história, onde estamos e o que fomos e o que queremos e merecemos hoje...as sábias palavras da blogueira Tais resumem perfeitamente este belo poema épico.
    ps. Carinho respeito e abraço

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    1. Amigão Jair Machado, obrigado pela camaradagem. Um abração. Tenhas um bom dia.

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  5. Amigo Dilmar, bem assim, as coisas não mudam muito, o tempo passa, o que mudam são as ofertas, nossa, as de vender atestados médicos até que é bem antiga, conheci pessoas no passado que faziam isso, colegas de trabalho que "compravam atestados"!
    Enfim, o ser humano está ainda engatinhando na honestidade e moralidade e ainda por cima culpam o governo por isso, como também ao "demo" ou até Deus!
    Abraços meu amigo, sempre bom ler por aqui, pois sei que assim tens um pouco de alívio ao escrever, assim como eu, gosto de escrever sobre o que penso e esperando que, quem sabe algo melhore!

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    1. Grande amiga Ivone, obrigado pelo comentário articulado. Um abração. Tenhas, sei que terás, um lindo dia.

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