Naquela manhã chuvosa,
sob o abrigo de uma marquise,
o simplório perguntou àquele filósofo,
ateu convicto de longa data:
meu sábio, acho que o Senhor não professa
nenhuma doutrina religiosa
- Graças a Deus não creio nele
- Nele quem, iluminado mestre?
- Naquele que vocês, sonhadores,
chamam de arquiqueto do mundo
- Mas homem sábio, diga-me
quem criou tudo o que existe?
- Ó homem de escassos conhecimentos,
não sabes que o mundo surgiu por acaso?
- ..................................................
- ..................................................
À medida que a manhã avançava,
a chuva ia ficando mais forte,
o céu ganhava nuvens tormentosas,
o professor começava a gaguejar,
pois tinha medo de raios,
- muito medo para dizer a verdade -
As questões do homem iletrado
iam ficando sem respostas...
De repente, o sábio muito assustado
debaixo dos coriscos do temporal
implora ao homem hulmilde:
por favor, reze para Deus!