Hoje, dia mundial da terra, estou postando
esta singela homenagem a um homem
simples, de um coração enorme, que transformou
sua vida numa lição a ser reproduzida por qualquer
homem, em qualquer parte do mundo, que seja capaz
de transformar desapego pessoal e abnegação em prol
da sobrevivência da nossa mãe Terra.
Nos bons tempos
da velha Rádio Guaíba
ouvi no programa "Até depois de 2001"
comandado pelo saudoso
Flávio Alcaraz Gomes
uma bela história de amor
Estávamos nos anos sessenta,
eu tinha uns quinze anos
e naquele primeiro momento
pensei que o relato fosse apenas
uma criação ficcional.
Mais tarde, quando soube
que aquela história
era um fato vivo da realidade,
minha admiração por Elzéard Benfier
foi às alturas.
No início século xx
numa região desértica da França,
um pastor de ovelhas, simples e pobre,
depois de perder filho e esposa
começou a plantar árvores
e por mais de trinta anos
plantou carvalhos, bétulas e faias
sem ganhar um centavo por isso.
O desejo daquele homem de poucas palavras
e de vontade férrea
era ver a terra seca rejuvenescer,
os riachos mortos brotarem
e os animais que viviam ali
antes da desertificação voltarem
Enquanto a Europa foi palco
de duas guerras mundiais
o cidadão Elzéard Benfier,
distante das picuínhas humanas,
plantava seu testemunho de paz.
Em 1947, aos 87 anos,
Elzéard Benfier morria em paz
porque milhares de árvores
plantadas por suas mãos
produziram uma bela floresta,
atravessada por riachos
e habitada por animais desaparecidos
desde que a vegetação sumira.