Quando o meu modus vivendi
ficou emaranhado
na teia da aranha mecânica
o guru que administrava
minha vida
confeccionou o meu mapa astral
e eu fique plugado
à constelação correspondente
ao meu signo.
De repente vi-me embrenhado
nas páginas dos compêndios
da literatura astrológica.
Depois de ler os tratados tradicionais
fui das curvas do horóscopo chinês
às intrincadas teorias da horoscopia Maia.
Passei a ouvir diariamente
os programas do rádio
do Omar Cardoso,
da Zara Yonara
e outros menos famosos.
Tornei-me um viciado
na leitura dos presságios
feito um dependente farmacológico
que não sai de casa
sem conduzir uma aspirina no bolso.
Mas no ano passado
os cientistas derramaram
uma montanha de gelo na minha crença
quando falaram sobre
o terceiro movimento da terra,
a precessão dos equinócios,
um evento que fecha o ciclo
a cada 25 mil anos
Então, eu percebi, à luz da razão,
que o oráculo que eu seguia
não falava para mim,
pois os mapas zodiacais
são tábuas móveis
que deslizam no espaço da nossa imaginação...
Viver é um dom!
Há 3 semanas